Trabalho apresentado no primeiro seminário institucional PIBID - Uniabeu
A importância do ato de ler – Paulo Freire
A importância do ato de ler – Paulo Freire
A maioria dos alunos ainda não têm consciência
da importância, da necessidade da leitura em seu processo de aprendizagem, isto
é, na maioria das vezes lêem por obrigação, lêem somente o que lhe é
determinado, sem dar à leitura seu valor real, sem perceber a necessidade de
ler; ler para buscar informações, conhecimentos, para enriquecer seu
vocabulário, para visualizar palavras e perceber sua ortografia…
A forma como aprendemos a ler na infância determina os usos que lhe
damos na idade adulta. Se a ênfase é dada apenas à parte mecânica, será difícil,
para o aprendiz perceber a gama de possibilidades e significados, julgando a
leitura um meio para fins restritos. A leitura exerce um papel fundamental não
só na pré-escola, mas também nas demais etapas do processo escolar pela parcela
de responsabilidade na formação do leitor. A falta de leitura provoca problemas
graves na expressão escrita, dificultando o ensino-aprendizagem, por exemplo,
da redação. O hábito de leitura, contudo, só consegue ter êxito se associado ao
prazer, ao jogo e à arte, de modo que o leitor sinta-se motivado em contato com
formas de comunicação que caracterizam a arte da palavra.
Os textos construídos pelos alunos do CIEP Joracy Camargo não deixaram
dúvidas de que a falta da leitura empobrece muito um texto e faz com que os
erros sejam frequentes. Ler além de enriquecer um texto, também faz com que os
erros não aconteçam em determinados textos, entendemos que os alunos em
diversas vezes escrevem da mesma maneira que falam e até mesmo verificamos que
o uso do internetês é usado com frequência por esses alunos, que não possuem o
hábito de ler. Os alunos realizaram atividades de produção textual em forma de
poesia como a de cordel, contextualizado com a baixada fluminense, que foi
elaborado na primeira oficina, tipologia textual informativo – expositivo, com
ênfase na literatura de cordel. Então verificamos alguns erros ortográficos,
acentuação, concordância verbal e nominal:
Frase com erros:
Não somo carioca mas somo fluminense
Frase correta:
Não somos cariocas, mas somos fluminenses.
Texto errado:
Na baixada está em tempo de eleição de eleição, cuidado ao escolher pois
estes políticos engana muita gente e pode enganar você.
Texto correto:
Na baixada está em tempo de eleição. Cuidado ao escolher, pois estes
políticos enganam muita gente e podem enganar você.
Ao analisar estes erros, verificamos o quanto os alunos ainda possuem
deficiências em suas escritas. E o quanto eles precisam melhorar!
Considerações finais:
Através desses textos e dessas
atividades, podemos analisar e concluir que os gêneros textuais são de grande
importância para melhorar a leitura e escrita dos alunos. Escrever corretamente
contribui para um cotidiano escolar melhor, os alunos do CIEP JORACY Camargo
puderam entender o quanto é importante ler e escrever com clareza, com
coerência e com coesão. O hábito da leitura estabelece com certeza uma melhor escrita,
ambas estão ligada uma a outra. As dúvidas que foram apresentadas pelos alunos
do CIEP citado a cima foram todas sanadas, e nós bolsistas podemos contribuir
satisfatoriamente para uma melhor escrita e demostrar também o quanto é
importante ler.
Para finalizar concluímos que o resultado do uso de uma ferramenta no
caso aqui o uso do gênero textual é de suma importância para um aprendizado
melhor. Ler e escrever melhor modifica um mundo, mundo este que difere um ser
através do hábito que mantém.
Aluna: Cléa Lucila Da Silva Ribeiro -70910289
Fichamento do livro A IDENTIDADE CULTURAL NA PÓS-MODERNIDADE Stuart Hall
1. A IDENTIDADE EM QUESTÃO
“A questão da identidade está sendo extensamente
discutida na teoria social. Em
essência,
o argumento é
o seguinte: as
velhas identidades, que
por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em
declino, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui
visto como um sujeito unificado.” (p.7)
“O propósito
deste livro é explorar algumas das questões sobre a identidade cultural na
modernidade tardia e avaliar se existe uma "crise de identidade", em
que consiste essa crise e em que direção ela está indo. O livro se volta para
questões como:Que pretendemos dizer com "crise de identidade"? Que
acontecimentos recentes nas sociedades modernas precipitaram essa crise? Que
formas ela toma? Quais são suas consequências potenciais? A primeira parte do
livro (caps. 1-2) lida com mudanças nos conceitos de
identidade e de
sujeito. A segunda
parte (caps.
3-6) desenvolve esse argumento com
relação a identidades
culturais — aqueles
aspectos de nossas identidades que
surgem de nosso
"pertencimento" a culturas
étnicas, raciais,lingüísticas,
religiosas e, acima de tudo, nacionais.”(p.7-8)
Três concepções de identidade
“Para os propósitos desta exposição, distinguirei três
concepções muito diferentes de identidade, a saber, as concepções de identidade
do:a) sujeito do Iluminismo,b) sujeito sociológico e c) sujeito pós-moderno.
O
sujeito do Iluminismo estava baseado numa concepção da pessoa humana como um
indivíduo totalmente centrado, unificado, dotado das capacidades de razão, de
consciência e de ação, cujo "centro" consistia num núcleo interior,
que pela primeira vez quando o sujeito
nascia e com ele se
desenvolvia, ainda que permanecendo essencialmente o mesmo —
continuo ou "idêntico" a ele — ao longo da existência do indivíduo. O
centro essencial do eu era a identidade de urna pessoa.” (p.10)
“A noção de
sujeito sociológico refletia a crescente complexidade do mundo moderno e a
consciência de que este núcleo interior do sujeito não era autônomo e
auto-suficiente, mas era formado na relação com "outras pessoas importantes
para ele", que mediavam para o sujeito os valores, sentidos e símbolos — a
cultura — dos mundos que ele/ela habitava.(...) De acordo com essa visão, que
se tornou a concepção sociológica clássica da questão, a identidade é formada
na "interação" entre o eu e a sociedade. O sujeito ainda tem um
núcleo ou essência interior que é o "eu real", mas este é formado e
modificado num diálogo contínuo com os mundos
culturais"exteriores" e as identidades que esses mundos
oferecem.”(p.11)
“A identidade, então, costura (ou, para usar uma
metáfora médica, "sutura") o sujeito à estrutura. Estabiliza tanto os
sujeitos quanto os
mundos culturais que eles habitam, tornando ambos reciprocamente
mais unificados e predizíveis.”(p12)
“Argumenta-se, entretanto, que são exatamente essas
coisas que agora estão"mudando".O sujeito, previamente vivido como
tendo uma identidade unificada e
estável, está se
tornando fragmentado;composto
não de
uma única, mas de várias identidades,algumas vezes contraditórias ou não-
resolvidas. Correspondentemente, as identidades, que compunham as paisagens
sociais "lá fora" e que asseguravam nossa conformidade subjetiva com
as "necessidades" objetivas da cultura, estão entrando emcolapso,
como resultado de mudanças estruturais e institucionais. O próprio processo de
identificação, através do qual nos projetamos em nossas identidades culturais,
tornou-se mais provisório, variável e problemático.”(p.12)
“Esse
processo produz o sujeito pós-moderno, conceptualizado como não tendo uma
identidade fixa, essencial ou permanente. A identidade torna-se uma
"celebração móvel": formada transformada continuamente em relação às
formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas culturais
que nos rodeiam (Hall, 1987). E definida historicamente, e não biologicamente.
O sujeito assume identidades diferentes em
diferentes momentos, identidades
que não são
unificadas ao redor
de um "eu"coerente. Dentro de nós há
identidades contraditórias,
empurrando em diferentes direções, de tal modo que nossas
identificações estão sendo continuamente deslocadas.”(p.12-13)
“Argumenta-se,
entretanto, que são exatamente essas coisas que agora estão
"mudando". O sujeito, previamente vivido como tendo uma identidade
unificada e estável, está se
tornando fragmentado; composto
não de uma
única, mas de
várias identidades,algumas vezes contraditórias ou não resolvidas.
Correspondentemente, as identidades, que compunham as paisagens sociais
"lá fora" e que asseguravam nossa conformidade subjetiva com as
"necessidades" objetivas da cultura, estão entrando em colapso, como
resultado de mudanças estruturais e institucionais. O próprio processo de
identificação, através do qual nos projetamos em nossas identidades culturais,
tornou-se mais provisório, variável e problemático.”(p.12)
Esse
processo produz o sujeito pós-moderno, conceptualizado como não tendo uma
identidade fixa, essencial ou permanente. A identidade torna-se uma
"celebração móvel": formada transformada continuamente em relação às
formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas culturais
que nos rodeiam (Hall, 1987). E definida historicamente, e não biologicamente.
O sujeito assume identidades diferentes em
diferentes momentos, identidades
que não são
unificadas ao redor
de um "eu" coerente. Dentro
de nós há
identidades contraditórias, empurrando
em diferentes direções, de
tal modo que
nossas identificações estão
sendo continuamente
deslocadas.”(p.12-13)
O caráter da mudança na modernidade tardia
“Um outro aspecto desta questão da identidade está
relacionado ao caráter da mudança
na modernidade tardia;
em particular, ao
processo de mudança conhecido como "globalização" e seu
impacto sobre a identidade cultural.”(p.14)
“As
sociedades modernas são, portanto, por definição, sociedades de mudança
constante, rápida e permanente.
Esta é
a principal distinção
entre as sociedades "tradicionais" e as
"modernas".”(p.14)
“Giddens cita, em particular, o ritmo e o alcance da mudança — "à
medida em que áreas diferentes do globo são postas em interconexão umas com as
outras, ondas de transformação social atingem virtualmente toda a superfície da
terra" — e a natureza das instituições modernas (Giddens, 1990, p.
6).”(p.15)
2. NASCIMENTO E MORTE DO SUJEITO MODERNO
“Meu
objetivo é traçar os estágios através dos quais uma versão particular do
"sujeito humano" — com certas capacidades humanas fixas e um
sentimento estável de sua própria identidade e lugar na ordem das coisas —
emergiu pela primeira vez na idade moderna; como ele se tornou
"centrado", nos discursos e práticas que moldaram as sociedades modernas;
como adquiriu uma definição mais sociológica ou interativa; e como ele
está sendo "descentrado" na modernidade
tardia. O foco principal deste capítulo
é conceitual, centrando-se em concepções mutantes do sujeito humano, visto como
uma figura discursiva, cuja forma unificada e identidade racional eram
pressupostas tanto pelos discursos do pensamento moderno quanto pelos processos
que moldaram a modernidade, sendo-lhes essenciais.” (p.23)
"As
transformações associadas à modernidade libertaram o indivíduo de seus apoios
estáveis nas tradições e nas
estruturas. Antes se acreditava
que essas eram divinamente estabelecidas; não estavam sujeitas,
portanto,amudanças fundamentais.”(p.25)
“Raymond Williams observa que a história moderna do sujeito individual
reúne dois significados distintos: por um lado, o sujeito é
"indivisível" — uma entidade que é unificada no seu próprio interior
e não pode ser dividida além disso; por outro lado, é também uma entidade que é
"singular, distintiva, única" (veja Williams, 1976; pp. 133-5:
verbete "individual").”(p.25)
“Muitos
movimentos importantes no
pensamento e na
cultura ocidentais contribuíram
para a emergência dessa nova concepção: a Reforma e o Protestantismo,que libertaram
a consciência individual
das instituições religiosas
da Igreja e a
expuseram diretamente aos olhos de Deus; o Humanismo Renascentista, que colocou
o Homem (sic) no
centro do universo;
as revoluções cientificas, que
conferiram ao Homem a faculdade
e as capacidades para inquirir, investigar e decifrar os mistérios da Natureza;
e o Iluminismo, centrado na imagem do Homem racional, científico, libertado do
dogma e da intolerância, e diante do qual se estendia a totalidade da história
humana, para ser compreendida e dominada.”(p.25-26)
Emergiu, então, unia concepção mais social do sujeito. O indivíduo
passou a ser visto como mais
localizado e "definido" no
interior dessas grandes
estruturas e formações
sustentadoras da sociedade moderna.”(p.30)
“O segundo evento foi o surgimento das novas ciências
sociais. Entretanto, as transformações que isso pôs em ação foram desiguais:
• O "indivíduo soberano", com as suas (dele)
vontades, necessidades, desejos e interesses,
permaneceu a figura
central tanto nos
discursos da economia moderna quanto nos da lei moderna.
(...)
• A sociologia,
entretanto, forneceu uma crítica do "individualismo racional" do
sujeito cartesiano. Localizou o indivíduo em processos de grupo e nas normas
coletivas as quais, argumentava, subjaziam a qualquer contrato entre sujeitos
individuais. Em conseqüência, desenvolveu uma explicação alternativa do modo
como os indivíduos são formados subjetivamente através de sua participação em
relações sociais mais amplas ; e, inversamente, do modo como os processos e as
estruturas são sustentados
pelos papéis que
os indivíduos neles desempenham.”(p.30-31)
“(...)um quadro mais perturbado e perturbador do
sujeito e da identidade estava começando
a emergir dos
movimentos estéticos e
intelectuais associado com
o surgimento do Modernismo.Encontramos, aqui, a figura do indivíduo
isolado, exilado ou alienado, colocado contra o pano-de-fundo da multidão ou da
metrópole anônima e impessoal.”(p.32)
Descentrando o sujeito
“Aquelas pessoas que
sustentam que as identidades modernas
estão sendo fragmentadas
argumentam que o que aconteceu à concepção do sujeito moderno, na modernidade
tardia, não foi simplesmente sua
desagregação, mas seu deslocamento. Elas descrevem esse deslocamento
através de uma série de rupturas nos discursos do conhecimento moderno.”(p.34)
“A primeira descentração importante refere-
se às tradições do pensamento marxista.Os escritos de Marx pertencem,
naturalmente, ao século XIX e não ao século XX. Mas um dos modos pelos quais
seu trabalho foi redescoberto e reinterpretado na década de sessenta foi à luz
da sua afirmação de que os "homens (sic) fazem a história, mas apenas sob
as condições que lhes são dadas".(...) Essa "revolução teórica
total" foi, é óbvio,fortemente
contestada por muitos
teóricos humanistas que
dão maior peso,
na explicação histórica, à agência humana.”(p.34-36)
“Assim, a
identidade é realmente algo formado, ao longo do tempo, através de
processos inconscientes, e não algo inato, existente na
consciência no momento do nascimento. Existe sempre algo "imaginário" ou
fantasiado sobre sua unidade. Ela
permanece sempre incompleta, está sempre "em processo", sempre
"sendo formada".”(p.38)
“O terceiro descentramento que examinarei está
associado com o trabalho do lingüista estrutural, Ferdinand de Saussure.
Saussure argumentava que nós não somos,em nenhum sentido, os
"autores" das afirmações que fazemos ou dos significados que
expressamos na língua. Nós podemos utilizar a língua para produzir significados
apenas nos posicionando no interior das regras da língua e dos sistemas de
significado de nossa
cultura. A língua é um sistema social e não um sistema
individual. Ela preexiste a nós. Não podemos, em qualquer sentido simples, ser
seus autores. Falar uma língua não
significa apenas expressar
nossos pensamentos mais
interiores e originais;
significa também ativar a imensa gama de significados que já estão
embutidos em nossa língua e em nossos sistemas culturais.”(p.40)
“O quarto descentramento principal da identidade e do
sujeito ocorre no trabalho do filósofo
e historiador francês Michel
Foucault. Numa série de estudos,
Foucault produziu uma espécie de "genealogia do sujeito moderno".
Foucault destaca um novo tipo de poder, que ele chama de "poder
disciplinar", que se desdobra ao longo do século XIX, chegando ao seu
desenvolvimento máximo no início do presente século. O poder
disciplinar
está preocupado, em
primeiro lugar, com
a regulação, a
vigilância é o governo da espécie humana ou de populações
inteiras e, em segundo lugar, do indivíduo e do corpo.”(p.41-42)
“O quinto
descentramento que os proponentes dessa posição citam
é o impacto do feminismo, tanto
como uma crítica
teórica quanto como
um movimento social.
O feminismo faz parte daquele
grupo de "novos movimentos
sociais", que emergiram
durante os anos sessenta (o grande marco da modernidade tardia), juntamente com
as revoltas estudantis, os movimentos juvenis contraculturais e antibelicistas,
as lutas pelos direitos civis, os movimentos revolucionários do
"Terceiro Mundo", os movimentos pela paz e tudo aquilo que
está associado com "1968".”(p.43-44)
“Neste capítulo, tentei, pois, mapear as mudanças
conceituais através das quais, de acordo
com alguns teóricos,
o "sujeito" do
Iluminismo, visto como
tendo urna identidade fixa
e estável, foi
descentrado, resultando nas
identidades
abertas,contraditórias, inacabadas, fragmentadas, do sujeito
pós-moderno. Descrevi isso através de
cinco descentramentos. Deixem-me
lembrar outra vez
que muitas pessoas
não aceitam as implicações
conceituais e intelectuais desses
desenvolvimentos do pensamento
moderno. Entretanto, poucas negariam agora seus efeitos profundamente
desestabilizadores sobre as idéias da modernidade tardia e,
particularmente, sobre a forma
como o sujeito e a questão da identidade são conceptualizados.”(p.46)
3. AS CULTURAS NACIONAIS COMO COMUNIDADES IMAGINADAS
“A identidade cultural particular com a qual estou
preocupado é a identidade nacional (embora outros aspectos estejam aí
implicados).” (p.47)
“Ernest Gellner, a partir de uma posição mais liberal,
também acredita que sem um sentimento de identificação nacional o sujeito
moderno experimentaria um profundo sentimento de perda subjetiva.”(p.48)
“As pessoas não são apenas cidadãos/ãs legais de uma
nação; elas participam da idéia da nação tal como representada em sua cultura
nacional. Uma nação é uma comunidade simbólica e é isso que explica seu
"poder para gerar um sentimento de identidade e lealdade”
Narrando a nação: uma comunidade imaginada
“As culturas nacionais são compostas não apenas de
instituições culturais, mas também de símbolos e representações. Uma cultura
nacional é um discurso — um modo de construir sentidos que influencia e
organiza tanto nossas ações quanto a concepção que temos de nós
mesmos(...)”(p.50)
“Como
argumentou Benedict Anderson
(1983), a identidade
nacional é uma "comunidade imaginada".”
(p.51)
“Que estratégias
representacionais são
acionadas para construir nosso senso comum sobre o pertencimento ou sobre a
identidade nacional? Quais são as representações,digamos, de
"Inglaterra", que dominam as identificações e definem as identidades
do povo "inglês"?”(p.51).
“Em segundo
lugar, há a
ênfase nas origens,
na continuidade, na
tradição e na intemporalidade. A identidade nacional é
representada como primordial — "está lá, na verdadeira natureza das
coisas", algumas vezes adormecida, mas sempre pronta para ser
"acordada" de sua
"longa, persistente e
misteriosa
sonolência", para reassumir
sua inquebrantável existência (Gellner,
1983, p. 48). Os elementos essenciais do caráter nacional
permanecem imutáveis, apesar de todas
as vicissitudes da história. Está lá desde o nascimento, unificado e contínuo,
"imutável" ao longo de todas as mudanças,eterno.”(p.53)
“Uma terceira estratégia discursiva é constituída por
aquilo que Hobsbawm e Ranger chamam de invenção da tradição: "Tradições
que parecem ou alegam ser antigas são muitas
vezes de origem
bastante recente e
algumas vezes inventadas... Tradição inventada significa um conjunto de
práticas... , de natureza ritual ou simbólica, que buscam inculcar certos
valores e normas de comportamentos através da repetição, a qual, automaticamente, implica
continuidade com um
passado histórico
adequado".”(p.54)
“Um quarto exemplo de narrativa da cultura nacional é
a do mito fundacional: uma estória que
localiza a origem da nação, do povo e de seu caráter nacional num passado tão
distante que eles se perdem nas brumas do tempo, não do tempo "real",
mas de um tempo "mítico". Tradições inventadas tornam as confusões e
os desastres da história inteligíveis, transformando a desordem em
"comunidade" (por exemplo, a Blitz ou a evacuação durante
a II Grande
Guerra) e desastres
em triunfos (por
exemplo, Dunquerque).”(p.54-55)
“O discurso da
cultura nacional não é, assim, tão moderno como aparenta ser.
Ele constrói identidades que
são colocadas, de
modo ambíguo, entre
o passado e o
futuro.”(p.56)
Desconstruindo a "cultura nacional": identidade e diferença
“A seção anterior discutiu como uma cultura nacional
atua como uma fonte de significados culturais, um foco de identificação e um
sistema de representação. Esta seção volta-se agora para a questão de saber se
as culturas nacionais e as identidades nacionais que elas constroem são
realmente unificadas.”(p.57-58)
“Uma cultura
nacional nunca foi um simples ponto de lealdade, união e identificação
simbólica.(...) A maioria
das nações consiste
de culturas separadas
que só foram unificadas por um longo processo de
conquista violenta —isto é, pela supressão forçada da diferença
cultural.(...) Em segundo
lugar, as nações
são sempre compostas
de diferentes classes socais e diferentes grupos étnicos e de gênero.”
(p.59-60)
“A etnia é o termo que utilizamos para nos referirmos
às características culturais língua,
religião, costume, tradições, sentimento de "lugar" — que são
partilhadas por um povo.(...) As nações modernas silo, todas, híbridos
culturais.”(p.62)
“E ainda mais difícil unificar a identidade nacional
em torno da raça. Em primeiro lugar, porque
— contrariamente à
crença generalizada —
a raça não é uma
categoria biológica ou genética
que tenha qualquer
validade científica. Há
diferentes tipos e variedades,
mas eles estão
tão largamente dispersos
no interior do
que chamamos
de"raças"quanto entre uma "raça"e outra.(p.62)
“A raça é
uma categoria discursiva
e não uma
categoria biológica. Isto
é, ela é a
categoria organizadora daquelas formas de falar, daqueles sistemas de
representação e práticas sociais
(discursos) que utilizam
um conjunto frouxo,
freqüentemente pouco específico,
de diferenças em termos de características físicas — cor da pele, textura do
cabelo, características físicas e corporais, etc. — como marcas simbólicas, a
fim de diferenciar socialmente um grupo de outro.”(p.63)
“Mas mesmo quando o conceito de "raça" é
usado dessa forma discursiva mais ampla,as nações modernas teimosamente se
recusam a ser determinadas por ela.”(p.64)
“As identidades nacionais não subordinam todas as
outras formas de diferença e não estão livres do jogo de poder, de divisões e
contradições internas, de lealdades e de diferenças sobrepostas. Assim, quando
vamos discutir se as identidades nacionais estão sendo deslocadas,
devemos ter em
mente a forma
pela qual as
culturas nacionais contribuem
para "costurar" as diferenças numa única identidade.”(p.65)
4. GLOBALIZAÇÃO
“O capítulo anterior questionou a idéia de que as
identidades nacionais tenham sido alguma vez tão unificadas ou homogêneas quanto fazem crer as representações que delas se fazem.
Entretanto, na história moderna, as culturas nacionais têm dominado a
"modernidade" e as identidades nacionais tendem a se sobrepor a
outras fontes, mais particularistas, de identificação cultural.”(p.67)
“A globalização implica um movimento de distanciamento
da idéia sociológica clássica da "sociedade" como um sistema bem
delimitado e sua substituição por uma perspectiva que se concentra na forma como
a vida social está ordenada ao longo do tempo e do espaço"(Giddens, 1990,
p. 64). Essas novas características temporais e espaciais, que resultam na
compressão de distâncias e de escalas temporais, estão entre os aspectos mais
importantes da globalização a ter efeito sobre as identidades culturais. Eles
são discutidos com mais detalhes no que se segue.”(p.67-68)
Compressão espaço-tempo e identidade
“O que é importante para nosso argumento quanto ao
impacto da globalização sobre a identidade é que o tempo e o espaço são também
as coordenadas básicas de todos os sistemas de representação. Todo meio de
representação — escrita, pintura, desenho,fotografia, simbolização através da
arte on dos sistemas de telecomunicação — deve traduzir seu objeto em dimensões
espaciais e temporais. Assim, a narrativa traduz os eventos numa
seqüência temporal "começo-meio-fim"; os
sistemas visuais de representação traduzem objetos
tridimensionais em duas dimensões.”(p.70)
“No capitulo 3 argumentei que a identidade está
profundamente envolvida no processo de representação. Assim, a moldagem e a
remoldagem de relações espaço-tempo no interior de diferentes sistemas de
representação têm efeitos profundos sobre a forma como as identidades são
localizadas e representadas.”(p.71)
Em direção ao pós-moderno global?
“Alguns teóricos argumentam que o efeito geral desses
processos globais tem sido o de enfraquecer ou solapar formas nacionais de
identidade cultural. Eles argumentam que existem evidências de um afrouxamento
de fortes identificações com a cultura nacional, e um reforçamento de outros
laços e lealdades culturais, "acima" e "abaixo" do nível do
estado-nação. As identidades nacionais permanecem fortes, especialmente com
respeito a coisas como direitos legais e de cidadania, mas as identidades
locais, regionais e comunitárias têm se tornado mais importantes.
Colocadas acima do nível da cultura nacional, as identificações
"globais" começam a deslocar e, algumas vezes, a apagar, as identidades
nacionais.”(p.73)
“Quanto mais a vida social se torna mediada pelo
mercado global de estilos, lugares e imagens, pelas viagens internacionais, pelas imagens da
mídia e pelos sistemas de comunicação
globalmente interligados, mais as identidades se tornam desvinculadas —
desalojadas — de tempos, lugares, histórias e tradições específicos e parecem
"flutuar livremente". Somos confrontados por uma gama de diferentes
identidades (cada qual nos fazendo apelos, ou melhor, fazendo apelos a diferentes
partes de nós), dentre as quais parece
possível fazer uma escolha. Foi
a difusão do consumismo, seja como realidade, seja como sonho, que
contribuiu para esse efeito de "supermercado cultural". No interior
do discurso do consumismo global, as diferenças e as distinções culturais,que
até então definiam a identidade, ficam reduzidas a uma espécie de língua franca
internacional ou de moeda global, em termos das quais todas as tradições
específicas e todas as diferentes identidades podem ser traduzidas. Este fenômeno
é conhecido como "homogeneização cultural". (p.75-76)
5. O GLOBAL, O LOCAL E O RETORNO DA ETNIA
“As identidades nacionais estão sendo
"homogeneizadas"? A homogeneização cultural é o grito angustiado
daqueles/as que estão convencidos/as de que a globalização ameaça solapar as
identidades e a "unidade" das culturas nacionais.”(p.77)
“Pode-se
considerar, no mínimo,
três qualificações ou
contra tendências principais. A primeira vem do argumento de Kevin Robin
e da observação de que, ao lado da tendência em direção à homogeneização
global, há também uma fascinação com a
diferença e com
a mercantilização da
etnia e da
"alteridade".(...)
A segunda qualificação relativamente ao
argumento sobre a
homogeneização global das identidades é que a globalização é muito
desigualmente distribuída ao redor do globo,entre regiões e entre diferentes
estratos da população dentro das regiões. Isto é o que Doreen Massey chama de
"geometria do poder" da globalização.(...) O terceiro ponto na
crítica da homogeneização cultural é a questão de se saber o que é mais afetado
por ela. Uma vez que a direção do fluxo é desequilibrada, e que continuam a
existir relações desiguais de poder
cultural entre "o
Ocidente" e "o
Resto", pode parecer
que a globalização —
embora seja, por definição,
algo que afeta
o globo inteiro
— seja essencialmente um fenômeno
ocidental.”(p.77-78)
“A proliferação das escolhas de identidade é mais
ampla no "centro" do sistema global que nas
suas periferias. Os padrões de troca cultural desigual,
familiar desde as primeiras fases da globalização, continuam a existir na
modernidade tardia.”(p.77)
“Por outro lado, as sociedades da periferia têm estado
sempre abertas às influências culturais
ocidentais e, agora,
mais do que
nunca. A idéia
de que esses
são lugares "fechados"
— etnicamente puros, culturalmente tradicionais e intocados até ontem pelas
rupturas da modernidade — é uma fantasia ocidental sobre a
"alteridade": uma "fantasia colonial" sobre a periferia,
mantida pelo Ocidente, que tende a gostar de seus nativos apenas como
"puros" e de seus lugares exóticos apenas como "intocados".
Entretanto, as evidências sugerem que a globalização está tendo efeitos em toda
parte, incluindo o Ocidente, e a "periferia" também está
vivendo seu efeito pluralizador,
embora num ritmo mais lento e
desigual.(p.79-80)
The Rest in the West (O Resto no Ocidente)
“As páginas precedentes apresentaram três qualificações
relativamente à primeira das três possíveis conseqüências da globalização, isto
é, a homogeneização das identidades globais. Elas são:
a) globalização
caminha em paralelo
com um reforçamento das
identidades locais, embora isso
ainda esteja dentro da lógica da compressão espaço-tempo.
b) A globalização é um processo desigual e tem sua
própria "geometria de poder".
c) A globalização retém
alguns aspectos da
dominação global ocidental,
mas as identidades culturais
estão, em toda
parte, sendo relativizadas pelo
impacto da compressão
espaço-tempo.” (p.80-81)
A dialética das identidades
“O primeiro efeito tem sido o de contestar os
contornos estabelecidos da identidade nacional e o de expor seu fechamento às
pressões da diferença, da "alteridade" e da diversidade cultural.
Isto está acontecendo, em diferentes graus, em todas as culturas nacionais
ocidentais e, como conseqüência, fez com que toda a questão da identidade
nacional e da "centralidade" cultural do Ocidente fosse abertamente
discutida.”(p.83)
“Outro efeito desse processo foi o
de ter provocado um alargamento do campo das identidades e uma proliferação de
novas posições-de-identidade, juntamente com um aumento de polarização entre
elas. Esses processos constituem a segunda e a terceira conseqüências possíveis
da globalização, anteriormente referidas — a possibilidade de que a
globalização possa levar a um fortalecimento de identidades locais ou à
produção de novas identidades.”(p.84)
“Também há algumas evidências da terceira conseqüência
possível da globalização — a produção
de novas identidades. Um bom exemplo é, o das novas
identidades que emergiram nos anos 70,
agrupadas ao redor do significante black, o qual, no contexto britânico, fornece
um novo foco
de identificação tanto
para as comunidades
afro-caribenhas quanto para as asiáticas.”(p.86)
“Como conclusão
provisória, parece então que a globalização tem, sim,
o efeito de contestar e deslocar
as identidades centradas e "fechadas" de urna cultura nacional. Ela
tem um
efeito pluralizante sobre
as identidades, produzindo
uma variedade de possibilidades e
novas posições de
identificação, e tornando
as identidades mais posicionais,
mais políticas, mais plurais e diversas; menos fixas, unificadas ou
trans-históricas. Entretanto,seu efeito geral permanece contraditório.”(p.87)
“Em toda parte, estão emergindo identidades culturais
que não são fixas, mas que estão suspensas, em transição, entre diferentes
posições; que retiram seus recursos, ao mesmo tempo, de diferentes tradições
culturais; e que
são o produto
desses complicados
cruzamentos e misturas
culturais que são
cada vez mais
comuns num mundo globalizado.”(p.88)
“Essas pessoas retêm fortes vínculos com seus lugares
de origem e suas tradições, mas sem a ilusão de um retorno ao passado. Elas são
obrigadas a negociar com as novas culturas em que vivem, sem simplesmente serem
assimiladas por elas e sem perder
completamente suas identidades.”(p.88)
6. FUNDAMENTALISMO, DIASPORA E HIBRIDISMO
“Algumas pessoas argumentam que o
"hibridismo" e o sincretismo — a fusão entre diferentes tradições
culturais — são
uma poderosa fonte criativa,
produzindo novas formas de
cultura, mais apropriadas à modernidade tardia que às velhas e contestadas
identidades do passado.
Outras, entretanto, argumentam que o hibridismo, com a indeterminação, a
"dupla consciência" e o relativismo que implica, também tem seus
custos e perigos.”(p.91)
“(...) existem
também fortes tentativas para se
reconstruírem identidades purificadas,para se
restaurar a coesão,
o "fechamento" e a Tradição,
frente ao hibridismo
e à diversidade. Dois exemplos
são o ressurgimento do nacionalismo na Europa Oriental e o crescimento do
fundamentalismo.”(p.92)
“A
tendência em direção
à "homogeneização global", pois,
tem seu paralelo
num poderoso revival da "etnia", algumas vezes de variedades
mais híbridas ou simbólicas,mas também freqüentemente das variedades exclusivas
ou "essencialistas" mencionadas anteriormente.”(p.95)
“O ressurgimento do nacionalismo e de outras formas de
particularismo no final do século XX, ao lado da globalização e a ela
intimamente ligado, constitui, obviamente urna reversão notável, uma virada
bastante inesperada dos acontecimentos. Nada nas perspectivas iluministas modernizantes
ou nas ideologias do Ocidente nem o liberalismo nem, na verdade, o marxismo,
que, apesar de toda sua oposição ao liberalismo, também viu o
capitalismo como o
agente involuntário da
"modernidade"
previa um tal resultado.”(p.96)
“Tanto o
liberalismo quanto o marxismo, em suas diferentes formas, davam a entender que
o apego ao local e ao particular dariam gradualmente vez a valores e
identidades mais universalistas e cosmopolitas ou internacionais; que o
nacionalismo e a etnia eram formas
arcaicas de apego
—a espécie de
coisa que seria
"dissolvida" pela força revolucionadora da
modernidade. De acordo com essas
"metanarrativas" da
modernidade, os apegos irracionais ao local e ao particular, à tradição e às
raízes, aos
mitos nacionais e às "comunidades
imaginadas", seriam gradualmente substituídos por identidades mais
racionais e universalistas.”(p.96-97)
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